“A única coisa capaz de formar um ser humano é a consciência crítica, a capacidade de pensar seu ambiente e suas relações.
Alfabetizar é isso, não é aprender a escrever o próprio nome num papel.”

Paulo Freire

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

E-BOOKS


ALGUNS LIVROS QUE PODEM AJUDAR NA SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA:

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO - PAULO FREIRE
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PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: SABERES NECESSÁRIOS A PRÁTICA EDUCATIVA - PAULO FREIRE
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A PEDAGOGIA E AS GRANDES CORRENTES FILOSÓFICAS de Budgan Suchodolski
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PEDAGOGIA DA ESPERANÇA - PAULO FREIRE
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POR UMA PEDAGOGIA DA PERGUNTA - PAULO FREIRE
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PEDAGOGIA DA INDIGNAÇÃO - CARTAS PEDAGÓGICAS E OUTROS ESCRITOS - PAULO FREIRE
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DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA A PEDAGOGIA CRITICO SOCIAL DOS CONFLIOTOS - LIBANEO
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PEDAGOGIA: DIÁLOGO E CONFLITO - PAULO FREIRE
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BOM PROVEITO!

Postado por: Marília

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ( FERRAMENTAS)
Como planejar por competências?

Ermelinda Maura Chezzi Dallan
(consultora da Revista Nova Escola)



Ao se pensar num planejamento por competências faz-se necessário:

1. Esclarecer e estabelecer um conceito claro e consensuado de competências com os professores;

2. Refletir como e de que forma os alunos desenvolvem competências;

3. Decidir coletivamente os fins educativos da escola e qual o perfil de cidadão se quer formar. Definir portanto:

o que significa preparar para a cidadania e o trabalho aqueles alunos naquela comunidade;

quais as competências que traduzem essa preparação para a cidadania e o trabalho;

quais os conteúdos curriculares que deverão contribuir para a constituição dessas competências.
4. Partir sempre das competências para selecionar o conteúdo curricular. Uma mesma competência pode estar ancorada em vários conteúdos, é o caso de ler e interpretar tabelas e gráficos que poderá ser desenvolvida em geografia, matemática, ciências.

5. Definir o tipo de organização curricular, podendo se optar:

Por um bloco de competências comuns (as chamadas competências transversais), as quais teriam a função de integrar as disciplinas ou as diferentes áreas.

Por tema ou por projetos integrando disciplinas ou áreas do conhecimento.
6. Ter em mente que não importa o tipo de organização curricular que se opte, o tratamento metodológico empregado, contextualizando e interligando o conhecimento é que propiciará o desenvolvimento de competências

7. Lembrar que para desenvolver competências é preciso trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas que desafiem e motivem os alunos a mobilizar os conhecimentos que já possuem e a ir em busca de novos conhecimentos. Competências se desenvolvem sempre em situação, em um contexto. Trata-se segundo Philippe Meirieu (1996) aprender, fazendo, o que não se sabe fazer.

Pressupõe uma pedagogia dinâmica que transforme a sala de aula num espaço privilegiado de aprendizagens vivas e enriquecedoras na qual o aluno participa ativamente na construção do seu conhecimento. O conteúdo é um meio e não mais um fim em si mesmo.

Pressupõe um currículo integrado e não mais fragmentado, norteado pelos princípios pedagógicos da transposição didática, interdisciplinaridade e contextualização.


Fonte: http://revistaescola.abril.com.br (acesso 30.08.2006)
Edições anteriores – setembro 2000

Postado por Marília

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

1ª CIGANA ARTE










Foi realizado em 10 de dezembro de 2009
na Cadeia Pública de Caucaia, a 1ª Cigana Arte,
um evento realizado pelo empenho e dedicação do Sr. Jataí
e que contou com a ajuda da escola na organização do evento.

Com o objetivo de promover uma fonte de renda para os internos
que realizam trabalhos de artesanato, a 1ª Cigana Arte mostrou
para diversos segmentos da Administração municipal de Caucaia
e estadual, os trabalhos confeccionados e as dificuldades enfrentadas
na Cadeia.

A Escola, como parceira incansável e dedicada, realizou a ornamentação
e recepção dos convidados.

Devemos deixar aqui registrado, o trabalho desse homem, que luta incansável
para trazer benefícios e conforto espiritual para todos na Cigana.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DICAS PARA SE FAZER UM PLANO DE AULA



Os OBJETIVOS abrangem seis grandes áreas do conhecer:
• Conhecimento – Conhecer, apontar, criar, identificar, descrever, classificar, definir, reconhecer e relatar no final, pois, se trata de RE.
• Compreensão – Compreender, concluir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, deduzir, localizar, reafirmar no final por causa do RE.
• Aplicação – Aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, traçar. Não tem RE.
• Análise – Analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, investigar, provar. Não tem RE.
• Síntese – Sintetizar, compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, propor, reunir, voltar. Não tem RE.
• Avaliação – Avaliar, argumentar, contratar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar. Não tem RE.
Todo OBJETIVO tem que ter um verbo do CONHECIMENTO e outro da AVALIAÇÃO. Objetivo não se repete verbo. (+ ou – 5)
COMPETÊNCIAS – Tem que ter verbos da COMPREENSÃO e da APLICAÇÃO. (+ ou – 3)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO OU EIXO TEMÁTICO – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO quando for sobre a apostila/livro na sua totalidade e EIXO TEMÁTICO quando for apenas de uma parte/capítulo.
METODOLOGIA – Aula expositiva dialógica (Vice-Versa), exposição via televisão ou via televisão/DVD de filme, documentário, clipe e etc. Exposição de transparências via retro projetor, elaboração de fichamentos, resumos de textos pré-selecionados, mapeamentos, resolução de exercícios, aplicação de mini aulas, utilização de recursos instrucionais (giz, quadro, apostila, TV, dvd).
AÇÃO DIDÁTICA – Separada por momentos, descreve de maneiro breve o que se vai trabalhar na sala de aula, só pode ter verbos terminados em MENTO e AÇÃO. (+ ou – 3) Exemplo:
Primeiro Momento
Segundo Momento
Terceiro Momento
HABILIDADES – O que o aluno deverá desenvolver/adquirir durante as aulas, usando os verbos no substantivo, terminado em MENTO ou AÇÃO.
AVALIAÇÃO – Forma com que o aluno será avaliado pelo professor. Pode usar verbos sem o R, como por exemplo: CANTAR – CANTA. (+ ou – 3)
BIBLIOGRAFIA - Apostila ou livro onde se teve o embasamento para a aula.

Postado por: Marília Pimentel

segunda-feira, 23 de novembro de 2009



I TORNEIO DE FUTEBOL DA CIGANA


Não é porque certas coisas são difíceis que nós não ousamos; é justamente porque não ousamos que tais coisas são difíceis.Sêneca


Foi realizado nos dias 19 e 20 de novembro de 2009, o I torneio de Futebol da Cadeia Pública de Caucaia.
foram formados oito times, que disputaram medalhas de bronze, prata e ouro.
No dia 20, foi realizada a final com os times: Ternura, Vai quem quer, Vai quem pode e Da Paz.
As condições foram as mais adversas: traves improvisadas com cadeiras; um time com camisa e outro sem;quadra cheia de buracos... Mas nós conseguimos! Com boa vontade e determinação realizamos nosso torneio.
O primeiro lugar ficou com a equipe Vai quem pode; segundo lugar Da paz e terceiro lugar com Ternura.
Depois de tanto esforço, nada como um almoço caprichado feito pelas mãos carinhosas da Liduína, Nizaura, Marília, Francisca e apoio do prof. Edilson.
O apoio técnico ficou com o professor Jean, que foi fantástico! realizou com os alunos a formação das regras do jogo e foi o árbitro do Torneio.
A valorização da auto estima, promoção de atividades físicas e promoção do companheirismo,trabalho em equipe, respeito com o outro foram nosso objetivo maior.

domingo, 15 de novembro de 2009

Jornal Bolando Aula Abril de 2009
Diversidade RELAÇÕES RACIAIS E ÉTNICAS NO BRASIL E
A INSERÇÃO DA LEI 10.639/03 NO CURRÍCULO
Mary Francisca do Careno
Introdução
Para tratar de um tema tão instigante como diversidade étnica e racial, é antes de tudo ,saber que é preciso abrir o debate sobre a democratização do acesso à educação, do acesso ao conhecimento. Para que o conhecimento sobre os estudos afro-brasileiros avancem, é preciso buscar o saber histórico; é necessário encontrar respostas para as questões do presente, conhecendo fatos passados e se projetar, criar perspectivas coerentes para o futuro. Entendo que estamos iniciando uma discussão que precisa ser ampliada.
Dessa forma, ainda há muito o que discutir nesse campo. Vamos, inicialmente, discutir o sentido do termo democracia.
A ONU, por exemplo, considera que existe democracia num país, quando todos os povos estiverem representados no poder, na mesma porcentagem em que estão representados na população. Ou seja, o Brasil só será uma democracia quando pelo menos 44% das autoridades eleitas, nos municípios, nos Estados e na esfera federal for representados por mulheres e homens negros.
Políticas de ações afirmativas
Como fazer com que isso se efetive? Com políticas de ações afirmativas1 em todos os setores da sociedade. Os estudos afro-brasileiros vão nessa direção.
Sabe-se que formas de ações afirmativas, além dos EUA, têm sido utilizadas, com sucesso, em sociedades das mais diversas partes do mundo como Índia, Cuba, URSS, Israel, Austrália, Nigéria, Malásia (onde foram apontadas como fator importante para o impulso econômico acontecido neste país ao longo das décadas de 1980 e 1990); e recentemente na África do Sul, ao longo e após o mandato de Nelson Mandela.
Outro significado concreto para o verbete “democracia” também pode ser entendido quando se conseguir incluir, segundo o educador Mario Sergio Cortella, “nas elites científicas, sociais e políticas pessoas que possam representar a visão do excluído”.
Nós temos alguns representantes nesses setores, mas às vezes faltam bases para se efetivar a representação. E ele dá dois exemplos.
O primeiro: quando Heraldo Pereira, da Globo, foi apresentar o Jornal Nacional, não havia ponto eletrônico (aparelho que se usa no ouvido para comunicação entre a produção e o apresentador) para a pele dele. Só havia para pele “normal”, ou seja, a branca. Ao apresentar o segundo exemplo, Cortella se indaga que há quanto tempo se ouve: use o curativo tal porque ele é da cor-da-pele. Cor da pele de quem? Eu também me indago quando nós, mulheres negras, vamos comprar cremes ou meias “da cor da pele”. Cor da pele de quem?
Essas situações inusitadas, mas corriqueiramente ocorridas configuram espanto e desalento. Espanto pelo ineditismo de que muitos nunca tinham se apercebido delas e desalento em constatar que as artimanhas da teia de racismo e de discriminação estão em todas as partes, nos pequenos eventos do cotidiano.
Elas advêm da idéia de invisibilidade na qual muitos querem envolver o negro. Se ele não existe, para que fabricar meias, cremes, pontos eletrônicos da cor da pele dele?
O papel da escola frente à discriminação e ao racismo
Outro exemplo: A estrutura escolar, o material didático e os professores, em geral, não estão adequados à multiculturalidade2. A criança negra brasileira olha em volta e não se reconhece nos livros, nos heróis televisivos ou nas revistas em quadrinhos. Exemplo: livro de Ciências, quinta série: há o desenho do corpo humano mostrando um sujeito loiro, de olhos azuis, um sueco. Não há identidade!
Isso provoca a depauperação da auto-estima e da capacidade de produção.
Outros dados também deixam transparecer a desigualdade social:
Constantemente vemos cenas que nos fazem perguntar: Em que democracia estamos?
Vamos insistir em considerar o fator escolaridade. Segundo uma pesquisa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o tempo médio de estudo de um jovem branco com 25 anos é de 8,4 anos, enquanto o negro, na mesma idade, passou apenas 6anos na escola.
O abismo fica evidente quando se observa o currículo escolar. O professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), admitiu em 28/07/2006 em entrevista concedida à Folha On Line, jornal eletrônico da Folha de S. Paulo, que, à medida que os negros avançam nas séries, sobe a distorção da idade adequada. Enquanto 53% das crianças brancas de dez anos estão na série ideal para a idade, só 35% das crianças negras se encaixam no perfil.
A distorção sobe aos 17 anos - 32% dos jovens brancos estão na série adequada, contra 13% dos adolescentes negros. A professora Regina Vinhaes, da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília), nessa mesma entrevista diz que o resultado do Censo Escolar 2005, feito pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) vai ao encontro de um tema cada vez mais debatido: qualidade do ensino público. Seus resultados mostram que a escola pública tem cumprido o caráter de permitir acesso a todos, independentemente de cor, religião. Todavia, a não permanência do negro nas universidades, por exemplo, demonstra que a escola deveria ser, antes de tudo, um local de construção de cidadania e comprometida em contribuir com a construção de uma educação multirracial e popular.
Mas já começamos a sair dessa nebulosidade, já começamos a incomodar e a fazer a sociedade se mexer, discutir, indignar-se, sair do estado de comodismo e de letargia, do tudo em seu lugar pré-determinado pelos que detêm o poder.
Percebemos isso com os debates calorosos a respeito da Lei de cotas e do Estatuto da Igualdade Racial.
Com isso, a única coisa necessária para a perpetuação da discriminação racial é que as pessoas (brancas e negras) se omitam diante dessa grave situação.
A nossa omissão é nossa forma de aprovação! Nada fazer é cooperar com o racismo existente no Brasil! À medida que os grupos sociais reivindicam, os estudiosos negros aprofundam os estudos e os debates.
O que dizer da omissão das escolas e universidades com relação ao currículo de cada curso?3 Que expectativas as/os educadoras/es têm em relação à criança e à/ao adolescente negra/o? Baixas expectativas em relação às/aos estudantes negras/os fazem com que as/os educadoras/es correspondam à situação de irresponsabilidade com a educação de todos. Outras questões: como os gestores e educadores percebem e trabalham com as questões raciais e os preconceitos no seu cotidiano escolar?
Quais as dificuldades que encontram no que diz respeito às questões raciais e ao preconceito com as crianças, jovens e adultos? A formação recebida até então pelos educadores tem contribuído para o seu entendimento de como lidar com os preconceitos e as questões raciais no seu cotidiano? Logo, outra ação afirmativa é a promoção de cursos de formação de professores voltados para a questão étnica.
Rebeldia e resistência negras: ações afirmativas
Começamos a incomodar, a sair do estado de letargia. Aí vão alguns exemplos.
Os estudos afro-brasileiros vão na direção da constatação da existência hoje de mais de 800 remanescentes de quilombos no Brasil, a provar que o negro nunca foi uma pessoa passiva e nem aceitou sem lutas a sua condição de escravo.
Essa imagem de negro escravo e passivo foi uma das formas de denegrir a imagem dele e de perpetuar o status quo.
Desde quando os primeiros navios negreiros aportaram no Brasil, ocorreram a rebeldia e a resistência contra a escravidão, expressando-se tanto individual como coletivamente. A resistência individual manifestava-se por meio de formas extremas como suicídios, abortos (as mães escravas não queriam ver os filhos tendo o mesmo tipo de vida que elas), assassinatos de feitores e de senhores de escravos. A resistência coletiva também se expressou através de fugas em grupo, de incêndios nos canaviais, da capoeira (que não é uma dança e, sim, uma luta), a religião, os quilombos.
Hoje continuamos resistindo. Embora os governos não implementem, por si sós, nenhuma ação de integração do negro à sociedade, os integrantes do movimento negro têm feito um trabalho gigantesco na medida em que propõem ações ininterruptas, desde meados do século XIX, aceleradas nas décadas de 80 e 90, para mostrar à sociedade a importância da participação negra na formação do povo brasileiro:
I) curso pré-vestibular para negros e carentes;
II) luta pelas cotas:
A implantação da política de cotas no Brasil tem sido alvo de intenso debate. Há quem acredite que nosso país seja uma democracia racial, e portanto considere tal medida desnecessária. No entanto, isso não passa de mito, visto que a Lei Áurea, que completou este an 120 anos, não promoveu a integração social do negro. Os recém-libertos continuaram marginalizados, sem terra para produzir, sem garantias sociais ou qualificação profissional. A maioria se deslocou para as cidades, onde os aguardavam o desemprego e uma vida marginal. O que deveria ser um desajuste transitório transformou-se em estrutural, reforçando o preconceito.
ONTEM, A SENZALA ERA O LUGAR DO
NEGRO; HOJE, A PERIFERIA, A FAVELA.

As cotas servem para reparar, em parte, as injustiças históricas. A discussão sobre as cotas não pode ser feita isoladamente, como temos visto em diversas esferas da sociedade. Essa é uma estratégia daqueles que são contra ou daqueles que não querem discutir sobre o assunto. As cotas étnicas têm de ser discutidas no contexto das políticas de ação afirmativa, as quais estão inseridas na luta em prol do combate às desigualdades sociais e raciais no Brasil.
Cotas, no Brasil, não se restringem ao movimento negro. Elas também fazem parte da luta de outros grupos do movimento social. No cenário político nacional, elas se dão em conjunto com outras políticas de reconhecimento, como são exemplos as cotas para os portadores de necessidades especiais, para os indígenas e para mulheres nos partidos políticos e nas representações públicas.
III) a Lei 10.639/03 que insere no currículo escolar a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, estabelecendo que o Ensino deve levar em conta as matrizes indígena, africana e européia que contribuíram fundamentalmente para a formação do povo brasileiro.
A demanda por maiores direitos que a comunidade afro-brasileira, há décadas,
vem exigindo cristaliza-se com essa lei, pois reconhecer exige a valorização e
respeito às pessoas negras, à sua descendência africana, à sua cultura, à sua história.
Vale ressaltar, todavia, que apenas a lei não basta para ocorrer, de fato, uma
mudança curricular em nossas escolas, na formação e na prática dos profissionais
da educação. Parafraseando Martim Luther King, “ A lei não faz com que eles
nos amem, mas impede que eles nos linchem.” No caso brasileiro, a lei não faz com que nos amem, mas corporifica o grito por uma dimensão reparatória no campo da legislação.
Ou ainda: A lei não faz com que eles nos amem, mas força-os a discutir o tema racial na sala de aula, a ler sobre o tema e a conhecer melhor a contribuição do negro para a formação da cultura brasileira.
IV) Outro ato de resistência e de luta às iniqüidades atuais foi a criação de NEABs - Núcleos de Estudos Afro- Brasileiros.
Os NEABs, criados por professores, pesquisadores, estudantes e funcionários de entidades do ensino superior, são vinculados ao MEC, por meio do UNIAFRO - Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior, que visa a apoiar e a incentivar o fortalecimento e a institucionalização das atividades dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros - NEABs ou grupos correlatos das Instituições de Educação Superior, contribuindo para a implementação de políticas de ação afirmativa voltadas para a população negra.
Ao todo, são 56 grupos, com centros ou núcleos de estudos afro-brasileiros, entre Universidades estaduais, federais e privadas.
Assim, de acordo com o jurista Joaquim Barbosa Gomes (2001) - o primeiro negro a ser indicado para ocupar uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal -, por ação afirmativa devemos entender um conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou voluntário, que visam ao combate à discriminação racial, de gênero e de origem nacional. (Nilma Lino Gomes)“Uma política de ação afirmativa tem como objetivo corrigir os efeitos presentes da discriminação praticada
no passado, tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva igualdade de
acesso a bens fundamentais como educação e emprego” (Gomes, 2001, p. 40 e 41).

Estamos, então, lutando pelo reconhecimento da diferença, uma luta pelameqüidade, pela implementação de políticas universais, sim, mas que caminhem lado a lado com políticas de ação afirmativa para a população negra. As políticas públicas deveriam sempre trabalhar nesses dois registros: garantir o acesso universal à educação, saúde etc. e também respeitar as diferenças. Quem administra políticas públicas no Brasil precisa trabalhar com políticas que caminhem nessas duas perspectivas. Se não fizermos isso, estaremos ferindo princípios democráticos básicos. (O movimento negro tem trabalhado com esses dois registros).
A política de ação afirmativa, além de ser uma reivindicação do movimento negro, faz parte de compromisso assumido internacionalmente pelo Brasil.
Compromisso que está explicitado no estatuto da Igualdade Racial, hoje em
discussão no Congresso Nacional, e na criação da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, criada pelo presidente Lula no dia 21 de março de 2003.
Conclusão
Tomo emprestadas as palavras de Santomé (1998, p.150) “ uma política educacional antidiscriminatória não pode reduzir-se a uma série de lições ou unidades didáticas isoladasdestinadas ao estudo desta problemática. Não podemos dedicar apenas um dia por ano à luta contra os preconceitos raciais e a marginalização. Um currículo democrático e respeitador de todas as culturas é aquele no qual estão presentes estas problemáticas durante todo o curso escolar, todos os dias, em todas as tarefas acadêmicas e em todos os recurso didáticos.”
Portanto, aquilo quer vem sendo denominado de Temas Transversais,segundo Passos (2002, p.38), “precisa se constituir em princípios curriculares, haja vista
que trata das dimensões que nos constituem humanos como a ética, a pluralidade
cultural e a sexualidade. São conhecimentos constituintes de todos os modos
de vida de uma sociedade.”

Gostaria de fazer, com este trabalho, uma homenagem ao meu povo e a todos e todas que se preocupam com a questão étnica no Brasil, que dentro de suas áreas de saber contribuem de uma forma ou de outra com a inclusão social e racial, para tornar a nossa sociedade e a nossa escola mais críticas, mais solidárias e mais leitora.
Que sejamos todos e todas a concretização do sonho de liberdade de Zumbi dos Palmares!
Referências bibliográficas
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Território das comunidades remanescentes de antigos quilombos no Brasil: primeira configuração espacial. 2ª edição – Brasília:
Mapas Editora & Consultoria, 2000. 92p.
CARENO, M. F. do. 1991. A Linguagem Rural do Vale do Ribeira: a voz e a vez das comunidades negras. Vol.1, Assis/SP. Tese de Doutoramento, apresentada
à Faculdade de Ciências e Letras da UNESP (Universidade Estadual Paulista).
___________ 1995. Nhunguara: Uma Comunidade Rural do Vale do Ribeira.
Revista de História. São Paulo: Universidade de São Paulo. 132(3): 59-67.
___________ & SILVA, Maria Carmo B. G.1995. Representações Coletivas de
Sobrevivências afro-culturais. Trabalho apresentado durante o XVIII Simpósio Nacional de História.Universidade Federal de Pernambuco. ANPUH. ( Associação Nacional de História) Recife /PE 23 - 28 julho. Folha de São Paulo, 04/02/2002 - São Paulo SP. Desigualdade entre negros e brancos se mantém no Brasil.
GOMES, Nilma Lino. “Educação cidadã, etnia e raça”. In: AZEVEDO, J.C.;
GENTILI, P.; KRUG, A.; SIMON, C. (orgs.) Utopia e Democracia na Educação
Cidadã. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS/Secretaria Municipal de Educação,
2000: 245-257.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: Identidade
nacional versus identidade negra/ Kabengele Munanga. – Petrópolis, RJ: Vozes,
1999.

Postado por : Marília Pimentel

sábado, 7 de novembro de 2009



20 de novembro

Dia Nacional da Consciência Negra

SOU NEGRO
À Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh’alma recebeu o batismo dos tambores
atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana
pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas
terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh’alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação.
Solano Trindade

No próximo dia 20 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra, data de aniversário da morte de Zumbi, um dos mais importantes líderes do Quilombo dos Palmares, representante da maior comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada em mais de 30 mil pessoas.
Ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade, Zumbi foi assassinado em 1695 numa emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que culminou também com o início da destruição do Quilombo dos Palmares.
Os movimentos sociais brasileiros escolheram o dia 20 de novembro para mostrar o quanto o país continua marcado por diferenças e discriminações raciais.
Para o professor Aloísio Alves da Silva, diretor do SINPRO ABC, o Dia Nacional da Consciência Negra é mais importante que o 13 de maio, pois a sociedade precisa refletir continuamente sobre a questão do negro no Brasil. “Não é apenas uma reflexão sobre o negro, mas sobre sua exclusão. “É necessário tomar consciência da necessidade fundamental de criar condições para a igualdade racial, gerando políticas públicas voltadas ao mercado de trabalho e à democratização da renda”, disse.
A estudante Camila Cristina da Silva diz que o Dia Nacional da Consciência Negra é um dia reflexão de todos os brasileiros que acreditam numa sociedade de fato democrática e igualitária. “A diversidade histórica da situação de opressão do povo é extremamente desfavorável aos negros”, afirma, acrescentando que o Dia da Consciência Negra é um momento de visibilidade deste problema.
Questionados sobre as cotas para negros em universidades, Camila e Aloísio têm posições diferentes, como muitos brasileiros. Enquanto alguns acreditam que
é mais uma forma de discriminação, outros esperam diminuir as diferenças. Mais informações sobre o assunto no site www.portalafro.com.br.


(SINPRO– Boletim informativo do sindicato dos professores do ABC – outubro /2004 n. 277)
Postado por Marília Pimentel

Por que?

Morrer por que?

Se todo dia que acordo, morro!

Morro de sono

Morro de preguiça

Morro de fome

Morro de saudade

Morro de vontade

Morro de curiosidade

Morro de raiva

Morro de tristeza

Morro de dor

Morro de véspera

Morro de alegria

Morro de felicidade

Morro de ansiedade

Morro de prazer

Morro de tesão

Morro de paixão

Morro de amor

Pra que morrer ainda

quando chega o fim da vida?


Autor: Kaio Sales

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Projeto Pescando letras

Através do Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA) e a Articuladora Política e Profª Rejane Lea, que promove o Projeto Pescando Letras visando alfabetizar pescadores de todo o Estado do Ceará. Professores do Sistema Penitenciário participaram do 1º Curso de Formação de Alfabetizadores, como Formadores de educadores, do dia 26 ao 30 de outubro de 2009. O trabalho Pedagógico desempenhado no Sistema Penal, com a Filosofia Freiriana, é assim reconhecido e repassado a uma comunidade de cultura riquíssima. Todos os educadores do sistema são assim reconhecidos e citados pelo trabalho proposto. Nosso agradecimento pela consideração e respeito ao nosso trabalho.

Como surgiu o charme

Deus me falou uma vez

Que nem tudo ele fez.

Isso mesmo: nem tudo ele fez!

Por exemplo: depois de criar o homem

sua imagem, enquanto criava a mulher

ele disse: - agora eu capricho...

Carinho, amor, compreensão, formosura,

paixão, delicadeza, cuidado e vida.

Quando pronta sua arte, notou

que dela algo surgia...

E assim se fez o CHARME,

Como o calor do sol que,

simplesmente, arde.

Como a luz do luar que,

simplesmente, brilha.


Autor: Kaio Sales